sábado, 31 de outubro de 2009

A VELHICE

Quando pego o ônibus, ao passar pela roleta, fico procurando algum lugar para mim. Ao ver aqueles lugares vermelhos, mesmo sabendo que são para os idosos, pego e me sento.
Assim, o ônibus segue a sua viagem. Ao chegar na parada, sobe uma velhinha de cabelos de algodão, ela sobe bem devagarinho, passa pela roleta mais devagar ainda. Eu pego as minhas coisas e me levanto, cedo o lugar para a senhora, melhor dizendo, para sua dona por direito.
Logo fico de pé, procurando outro lugar para mim. Encontro um banco, atrás de um casal. Sento-me e fico pensando. O casal começa a conversar, sem querer passar por "catadeira", começo a escutar a conversa. Eles falavam que quando ficassem velhos, iriam pegar suas coisas e viver na "Spam", para não atrapalhar a vida de ninguém.
Ao ouvir aquela conversa, eu senti raiva, não gostei de saber que para eles as pessoas mais velhas não são nada, que só servem para "atrapalhar" a vida das pessoas. Achei o fato muito preconceituoso, os idosos são pessoas que ainda estão vivos e ainda podem, sim, se divertir, passear... são direitos deles!
Distraída, vejo que está na hora de eu descer, pego minhas coisas correndo e aperto o sinal. Esse fato ficou no meu pensamento, pois um dia vou ficar velha e não vou gostar que me joguem num canto, esperando o meu fim chegar.

CRÔNICA da aluna JÉSSICA OLIVEIRA, turma 71

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